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O mundo maravilhoso do cinema: Fados - 2007

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Fados - 2007























Fados - 2007

(Carlos Saura)

Sinopse

Carlos Saura é membro daquele restrito grupo de artistas que podem fazer o que bem entenderem, porque já provaram que dominam uma estética e uma linguagem em todas as suas dimensões; quem se mete a querer criticá-los, se não faz parte dessa mesma seleção, corre o risco de passar por néscio: a um mestre, tudo, mas tudo mesmo, é permitido. No caso do diretor espanhol, é difícil e improdutivo tentar ver algum de seus filmes sem aceitar o paradigma sauriano de que a imagem, e na imagem o gesto, deve bastar para construir a expressão. Isso é dado. Aliás, três famosos brasileiros cantam no filme, e nos dão uma excelente oportunidade para aprender a diferença entre 1) ser, 2) parecer, e 3) nem ser, nem parecer. De trás para frente: 3) Toni Garrido, o próprio, é escalado para interpretar um lundu mineiro (e quem não conhece fica sem saber que é um gênero mais antigo que o próprio fado). Pois bem, o ex-Cidade Negra faz uma versão digna de Mariah Carey, que eu sinceramente preferia jamais ter visto. 2) Algumas sequências à frente, Caetano Veloso, banquinho, violão, terno impecável e par de óculos, toca para nós um fado em voz de contra-tenor, com um sotaque português forjado e, cá entre nós, absurdo. Arrogante? Cretino? Ambos? Pois bem: ambos. 1) E quem redime nosso país é, para variar, Chico Buarque, que canta galhardamente seu “Fado tropical” diante de imagens da Revolução dos Cravos, elegante como ele só, enquanto um sóbrio Carlos do Carmo interpreta o soneto de Ruy Guerra.